O Elemento Terra, símbolo de fertilidade, segurança, estabilidade e nutrição; a Terra (matéria) é o princípio feminino representado por um ventre aberto pronto para a intervenção fecunda do céu (Espírito, éter, sua contraparte).

A simbologia que caracteriza este Elemento pode ser celebrada através do significado da gruta, da floresta e da montanha. A gruta indica o ventre da Mãe Terra, o ventre sagrado onde a vida inicia o seu ciclo, como uma semente escondida e protegida, embalada pela terra macia que a envolve e nutre; representa também a escuridão do ventre materno, a passagem do primordialescuridão da não-vida para a luz ofuscante do nascimento.

A floresta simboliza os desafios da natureza e do homem através da aparente hostilidade do desconhecido; a luz do Sol não consegue atravessar os ramos espessos das árvores, mas ensina o crescimento e a sobrevivência sob diferentes formas: aqui a Terra regenera-se, contempla-se e evolui.

Por fim, a montanha representa a invariabilidade das coisas, a imobilidade e a ligação mais estreita com o sagrado.

Aqui a Terra absorve todos os Elementos: das suas profundezas o Fogo torna-se magma, alma da Terra; das suas alturas jorram as fontes de água que cortam qualquer obstáculo e, finalmente, aqui abraça a sua contraparte esquiva, o Ar, que a rodeia.

Vejamos quais são as principais divindades associadas a esta base da nossa existência, a Terra!

5 divindades interessantes que estão associadas à Terra

Gaea, a primeira mãe

Primeiro foi o Caos, depois surgiu a Gaia, a terra. Assim, os antigos gregos contaram as origens do mundo e dos deuses. A Gaia gerou sozinha o céu, o mar e as montanhas. O céu, que se chamava Urano, foi escolhido como seu marido e teve muitos filhos.

Primeiro nasceram os Titãs, seis machos e seis fêmeas; depois os Ciclopes, que não devem ser confundidos com aqueles que Ulisses conheceu: também eles tinham apenas um olho no meio da testa.

Havia três delas, chamadas Bronte, Sterope e Arge.

Depois nasceram também três gigantes monstruosos com braços centrais, Cotto, Briareus e Gyges.

Da união com o mar, Gaea teve outros filhos, todas divindades especializadas com as águas: Nereo, pai das ninfas nereidas; Taumante, pai do arco-íris; Forchi, Keto e outros.

Quando rebentou a guerra entre Cronos e Zeus pelo domínio do universo, Gaia manteve-se neutra: muitos dos seus filhos lutaram entre si, uns armados contra os outros. A única satisfação de Gaia era ver os seus filhos sempre vivos, todos imortais.

Mas quando Zeus, derrotando os seus inimigos, aprisionou alguns titãs nos infernos, Gaea revoltou-se, juntou-se aos infernos e deu à luz outro monstro, Typhon: tinha cem cabeças de dragão que cuspiam fogo.

Tocado pela sua mãe, Tifão declarou guerra a Zeus.

Outra luta feroz durou vários anos e terminou com a vitória de Zeus: Tifão foi parar ao Tártaro, o inferno dos deuses.

Geb

O deus Geb é a personificação da terra. Algumas representações mostram-no sentado, outras estendido com um braço virado para o céu e o outro para a terra. Geb é o pai dos deuses; está ligado ao trono do Egipto de várias formas e tem o papel de investir o herdeiro legítimo da autoridade real.

Irmão e consorte da deusa Noz, é frequentemente representado com ela deitada, com a deusa a derramar-se sobre ele, fecundando-a. Geb também concede os frutos da terra como alimento e apoio: muitos acreditavam que a cevada crescia das suas costelas. O hieróglifo do seu nome é o símbolo de um ganso branco representado de perfil.

As suas cores são os tons de verde da vegetação luxuriante.

Danu

Apesar de ser uma deusa de importância fundamental, aparece pouco nos contos mitológicos celtas. O que sabemos sobre ela é vago e fragmentado: é a deusa da terra, da prosperidade e da paz, a regente do tempo e da vida. Para além destas conotações positivas, tem também um lado obscuro. Uma das suas tarefas é conduzir as almas entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos.

A deusa Danu pode ser representada de duas formas diferentes: alguns retratam-na como uma única mulher, muitas vezes com uma espécie de prato na mão; outros, porém, representam-na "dividida" em três matronas diferentes.

Nesta última representação, as três mulheres estão geralmente sentadas. Como em muitas outras crenças e culturas, o número três tem um simbolismo muito forte. É o número das criações, o único que não é estéril. O um, por si só, é inútil.

O dois é composto por um par de opostos e multiplicado por um é sempre igual a dois. Por outro lado, o três é composto por dois elementos iguais e um oposto.

A razão pela qual a deusa Danu é tão importante, para além do facto de ter potencialmente criado todas as criaturas vivas, é que ela deu origem à linhagem dos Tuatha De Danann.

De acordo com crenças e descobertas que remontam à Idade Média, os Tuatha invadiram a Irlanda antes dos Gaels e tornaram-se os seus deuses.

Oduduwa

Os iorubás afirmam que a origem da sua cultura se deve a uma figura mítica, um homem chamado Oduduwa. Oduduwa, segundo alguns contos, era um hábil líder de um exército vindo do oriente, mas noutras versões do mito este homem foi enviado pelo deus-criador Olorun, e tal como se pode ver também nas crenças religiosas sumérias, os iorubás acreditam também que Oduduwa formou o primeiro ser humanoEsta crença está também ligada à figura quase homónima da deusa da Terra, Oduduwa.

O nome Oduduwa pode ser traduzido como "aquele que criou o conhecimento do carácter", mas também como "negro e belo", os iorubás referem-se frequentemente a si próprios como "Omo Oduduwa", "filhos de Oduduwa". A religião tradicional iorubá, ainda hoje conhecida pelas suas práticas esotéricas ancestrais, é também chamada Orisha. Como todas as culturas ancestrais, é muito complexa e rica em divindades.

Olorun ou Olodumare é venerado como deus-criador, todas as outras divindades são consideradas como mensageiras e intermediárias entre ele e os homens, como qualquer povo antigo que viveu no meio da natureza e fez dela o seu templo, muitas das divindades referem-se aos elementos

Ala

Ala, uma das divindades mais populares e veneradas dos Igbo. Na língua Igbo (Nigéria), "Ala" significa terra e representa precisamente o poder desta deusa (e da natureza feminina) no nosso planeta. Deusa da fertilidade, mas também da criatividade e da moralidade, Ala - que também é referida como Ale, Ani ou Ana - deusa da terra, é casada com Madioha, deus do céu.

É a protetora das crianças e das mulheres e, quando está zangada, não só convence Madioha a privar os homens da chuva como a provocar uma catástrofe.

Como pode ver, estas divindades estão ligadas ao elemento terra e a tudo o que ele representa. Se quiser sentir-se mais enraizado e criar uma ligação especial com o elemento terra para a sua vida e para o seu ofício, estas divindades podem ajudar! Dê-lhes uma oportunidade de o apoiarem e de o guiarem para um modo de vida mais consciente e atento.